Um dia em Granada – Road Trip, dia 4
Antes de começar, é importante falar os motivos que nos levaram a incluir Granada, nossa próxima parada, em nosso roteiro. Ainda hoje é uma das cidades mais importantes da Espanha. Além disso foi a última região espanhola a ser tomada aos mouros, já em fins do século XV, e guarda muitos resquícios da presença árabe. A Alhambra de Granada é um dos pontos turísticos mais importantes do país. Precisávamos conhecer! E acabamos fazendo um roteiro de um dia em Granada.
Ainda falando sobre o dia anterior. Saímos de Tarifa já bastante tarde (cerca de 22h) e tomamos a estrada. Cerca de 300km nos separavam de Granada. Abastecemos em Algeciras, logo no começo no trajeto. Estranhamos um pouco o fato de o caixa do posto de gasolina ficar atrás de uma grade e o pagamento ser feito através de uma gaveta, como acontece em algumas cidades brasileiras. Pesquisando soubemos que os índices de criminalidade ali são bastante altos para os padrões europeus.
Já estávamos exaustos do longo dia que tivemos. Se os hotéis já não estivessem pagos teríamos preferido pernoitar em Tarifa mesmo. Por isso a viagem acabou sendo bastante cansativa, mas de modo algum por culpa da estrada, sempre em perfeitas condições. Existem alguns pedágios no caminho, os quais pagamos sempre com o cartão de débito português. Ventava muito e a Camilla, irmã da Rachel, precisou segurar bem o volante para evitar o deslocamento do veículo.
Chegamos a Granada já de madrugada e tivemos um pouco de dificuldade para achar o hotel (a respeito do qual falaremos depois). Descarregamos, fizemos o check-in, levamos o carro para o estacionamento e, enfim, uma noite de sono depois de um dia longo.
De manhã tomamos café no restaurante conveniado com o hotel e fomos caminhar por Granada. Seria preciso fazer o máximo para conhecer a cidade em apenas algumas horas. Decidimos iniciar pelo centro histórico e deixar a famosa Alhambra, a joia granadina, para a parte da tarde.
Começamos nosso passeio pela Catedral de Granada, a segunda maior do país. Foi a Rainha Isabel, a Católica, quem determinou sua construção no ano de 1505, depois que a cidade foi conquistada aos mouros. É considerada um verdadeiro tesouro do Renascimento espanhol, embora o projeto original tivesse traços góticos, como acontece na maior parte das catedrais espanholas. O ingresso custa 5 euros e inclui áudio-guia em português.
Na Catedral também fica a Capela Real, mas o acesso é feito por uma outra entrada e é preciso comprar um ingresso específico, de 4 euros. Nessa capela estão sepultados os Reis Católicos, Felipe de Aragão e Isabel de Castela (a mesma que determinou a construção da Catedral), considerados os responsáveis pela expulsão dos mouros da Península Ibérica.
Depois caminhamos pela Alcaicería um lugar onde hoje se vendem souvenires, mas que já foi um tradicional mercado de rua, com origens ainda no tempo do Império Romano. O próprio nome do lugar supostamente significa “o lugar de César”. É difícil estar ali e não se sentir um pouco no Grand Bazar de Istambul. As origens mouras de Granada ficam bastante evidentes na arquitetura do lugar e são bem exploradas pelos comerciantes. Ali é possível encontrar artesanatos, chás, especiarias e muito mais.
Almoço rápido no Burger King (julguem-nos!), finalmente fomos para a Alhambra. Aqui, uma dica: caímos na besteira de não verificar exatamente onde era a entrada oficial do monumento. Embora haja várias entradas para a área monumental, em apenas uma delas é possível adquirir os ingressos. E não foi por esta que entramos. Tivemos que descer por onde chegamos e subir uma ladeira bastante longa até a entrada principal, onde, enfim, compramos os bilhetes.
Como já dissemos fizemos nossa viagem em janeiro, na baixa temporada, razão pela qual não tivemos nenhuma dificuldade para comprar ingressos para as atrações que escolhemos. Se você estiver indo na média ou alta temporada, sugiro comprar os ingressos com antecedência, já que para visitar o principal prédio da Alhambra é preciso marcar hora. Existem diversos tipos de bilhetes, inclusive com possibilidade de visita noturna. Nós fizemos a visita geral e o ingresso nos custou 14 euros por pessoa. Maiores detalhes podem ser obtidos no site oficial da Alhambra (em português).
A Alhambra é uma fortaleza dentro da qual há diversos palácios, construída pelos árabes no século XIII, quando Granada ainda era uma cidade muçulmana. Com a conquista cristã da cidade, converteu-se na Corte Real dos Reis Católicos. É um dos exemplares mais importantes da arquitetura islâmica no sul da Espanha e no mundo, razão pela qual foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade. O ponto alto da visita é certamente os Palácios Nasrid, um complexo de palácios que serviu de residência para os reis de Granada. A visitação desta área é feita com hora marcada. Vá com tempo para apreciar o lugar, porque além de ser belíssimo, ainda é muito diferente daquele tipo de arquitetura com a qual estamos acostumados.
O passeio a Alhambra foi cansativo pois anda-se muito. Importante ir com sapatos confortáveis e reservar, pelo menos, metade do dia. Nós conseguimos comprar os ingressos para as 15:30h (essa hora marcada é só para a visita aos Palácios Nasrin. O resto é livre.). Antes disso andamos bastante e ainda faltou conhecer parte do complexo. Acreditamos que o ideal seja um dia inteiro mesmo.
Terminada nossa visita, já eram quase 18 horas e não queríamos pegar a estrada outra vez à noite. Infelizmente não tivemos tempo de conhecer o bairro árabe de Granada, Albaicín. Nosso roteiro de um dia em Granada, apesar de compacto, achamos que funcionou. Tomamos um táxi para o estacionamento, onde pegamos o carro. Voltamos ao hotel, colocamos nossas malas e partimos para nosso próximo destino: Toledo!
Você tem alguma dica de Granada para compartilhar conosco? Deixe aqui nos comentários. 🙂